A medida lançada pelo Governo recentemente, com a proposta de oferecer crédito fácil aos trabalhadores, que passaram a ter a possibilidade de contratar diretamente esses empréstimos junto aos Bancos, despertou o interesse de milhões de pessoas, que já estão contratando esses empréstimos, em que as empresas são obrigadas a descontar em folha de pagamento dos funcionários, conforme parcelas acordadas com os Bancos, os quais ainda tem o privilégio de contar como garantia, de parte do saldo do FGTS do próprio trabalhador. Não existe um teto de taxa de juros, ficando livre para que os Bancos apliquem as taxas que melhor lhes convier.
Nessa modalidade, o risco dos Bancos é extremamente baixo e por isso mesmo deveriam praticar juros baixos, o que é até uma lógica do mercado. Mas não é a realidade, muito longe disso.
É importante que todos os colaboradores em geral, tenham claro que apesar de parecer uma solução fácil para quem está precisando de dinheiro, isso comprometerá sua renda mensal, já que como dissemos antes, as parcelas virão descontas em sua folha de pagamento que recebe na empresa, o que poderá comprometer até 35% de sua renda, podendo afetar o necessário para satisfazer as demais necessidades mensais.
Temos acompanhado casos concretos de contratação já realizadas com taxas muito elevadas, superiores a 6%a.m. em muitos casos, o que é extremamente elevado, equivalendo a uma taxa anual de 101,22%, o que é extorsivo. E olha que tem diversas contratações com taxas ainda acima desse patamar. Recomendamos que busquem orientação financeira, antes de contratar qualquer empréstimo, que não façam isso por impulso, diretamente de aplicativos de bancos, sem antes realizar pelo menos simulações e comparações de taxas que estão sendo praticadas. Para efeito de comparação os nossos colaboradores associados da Assoseg, dentro das normas e limites já divulgados, conseguem contrair empréstimos a juros mínimos de 1% a.m., equivalente a 12,68% ano.
Mas se no seu caso já contratou empréstimos a juros altos, complicando seu endividamento, procure o seu banco ou o que oferece a melhor condição, pois a partir de 06/06/2025, será possível realizar a troca da dívida do empréstimo consignado, fazendo a portabilidade para outra instituição com menores taxas, desde que dentro das regras do consignado CLT.
Tem ainda a situação de que numa eventual rescisão, os bancos poderão reter até 10% do saldo acumulado do trabalhador no FGTS e até 100% da multa rescisória do Fundo de Garantia. Caso essas garantias não sejam suficientes para quitar o empréstimo, a pessoa ficará com a dívida e quando conseguir um novo emprego de carteira assinada, os descontos deverão retornar, claro com o recalculo e aumento dos juros.
A população brasileira já é bastante endividada e esse “benefício” da facilidade do crédito, parece mais uma armadilha para o trabalhador e uma festa para os Bancos onde muitos estão praticando taxas como as citadas antes, em que especialmente as pessoas que mais precisam, acabarão piorando a sua situação de endividamento, a custos muito elevados, podendo até gerar problemas familiares, que podem ser muito potencializados, dependendo da destinação que dará ao dinheiro que tomou emprestado.
Por isso, reforçamos orientação para que avaliem muito bem suas decisões financeiras, não aja por impulso, seja nas compras ou em contratações de empréstimos, comparem ofertas, não levem em conta só o valor das parcelas, é preciso saber quais taxas de juros estão sendo praticadas, quanto irá pagar ao total, para que precisaria contrair um empréstimo, discuta em família, só o fazendo em casos excepcionais de extrema necessidade, com todos esses cuidados, se não houver outra alternativa.
