No mundo atual, onde o estresse e a pressão fazem parte da rotina diária, garantir a saúde mental no ambiente de trabalho tornou-se uma questão fundamental para o bem-estar dos funcionários e o sucesso das organizações. Neste post, vamos abordar esse tema de forma técnica, porém didática, com o intuito de incentivar o engajamento e a conscientização.
Para compreender a relevância da saúde mental no trabalho, é fundamental conhecer seus impactos e consequências. Funcionários que sofrem de problemas relacionados à saúde mental podem apresentar ausências frequentes, baixo desempenho e falta de motivação. Além disso, pode-se observar um aumento nos conflitos interpessoais, dificultando o trabalho em equipe e a produtividade geral.
É importante entender que a saúde mental no ambiente de trabalho não é apenas uma responsabilidade individual, mas também uma preocupação coletiva. As organizações têm a responsabilidade de criar um ambiente de trabalho seguro e saudável, onde os funcionários se sintam apoiados e encorajados a buscar ajuda quando necessário.
Uma abordagem que tem se mostrado eficaz é a implementação de programas de bem-estar e saúde mental no local de trabalho. Esses programas podem incluir atividades e treinamentos voltados para o gerenciamento do estresse, a promoção da resiliência e a melhoria da comunicação e do relacionamento interpessoal. O apoio dos líderes e gestores nesse processo é essencial para o sucesso dessas iniciativas.
É importante mencionar também a importância da conscientização e da quebra de estigmas em relação à saúde mental. Ao abordar esse assunto de forma aberta e inclusiva, os funcionários se sentirão mais confortáveis em compartilhar seus problemas e buscar ajuda quando necessário. Criar uma cultura de apoio e empatia será um passo importante na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho.
Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da ansiedade, custando à economia mundial quase 1 trilhão de dólares. Os dados são do relatório “Diretrizes sobre Saúde Mental no Trabalho”, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em setembro de 2022, e confirmam a necessidade de se trazer o debate ainda mais à tona. Na mesma época, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicou uma nota conjunta com a OMS, na qual as novas diretrizes são explicadas por meio de estratégias práticas para governos, empregadores, trabalhadores e suas organizações, nos setores públicos e privados. “De acordo com as diretrizes globais, 60% da população mundial trabalha e esse trabalho pode impactar a saúde mental tanto de forma positiva quando negativa. As diretrizes também trazem questões importantes referentes à inserção e à permanência de pessoas com problemas de saúde mental no mercado de trabalho. Além do estigma e das barreiras que essas pessoas vivenciam para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de estruturas de suporte impacta na sustentação das atividades laborais”, explica a consultora Nacional de Saúde Mental da OMS, Cláudia Braga.
De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais, entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer, enquanto em 2021 foram registrados 200.244 afastamentos. “Esse cenário nos mostra a importância de discutirmos essas questões e esperamos que essas diretrizes possam nortear os debates sobre as responsabilidades dos diferentes atores, de modo a mobilizarmos esforços para prevenir os impactos negativos do trabalho na saúde mental, promover e proteger a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como dar suporte às pessoas com problemas de saúde mental para que tenham seus direitos garantidos”, afirma a consultora da OMS.
Alertas globais
O Informe Mundial de Saúde Mental: transformar a saúde mental para todos, publicado em junho de 2022 pela OMS, alerta para a necessidade de mudança e investimento em saúde mental, demonstrando que transtornos mentais são a principal causa de incapacidade e causam um em cada seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis.
Ainda segundo o relatório, 15% dos adultos vivem com algum transtorno mental, como depressão e ansiedade. A consultora da OMS, Cláudia Braga, explica que, na perspectiva de compreender o problema para desenhar estratégias de ação, as diretrizes da OMS e da OIT apresentam dez fatores de risco para saúde mental tais como conteúdo do trabalho/desenho da tarefa, carga de trabalho e ritmo de trabalho, horário de trabalho, baixa participação em decisões relativas ao trabalho, adequação de ambiente e equipamentos, cultura e função organizacional, relações interpessoais no trabalho, papel na organização, preocupações com o desenvolvimento de carreira e questões relativas à interface casa-trabalho. “O que é urgente não é uma ou outra situação específica, já que os contextos e cenários variam, mas os atores-chaves adotarem medidas concretas para superar os problemas”, afirma Braga.
Já Moreira ressalta que em um mundo onde as relações de trabalho são cada vez mais dinâmicas, as instituições públicas e privadas precisam estar atentas às suas responsabilidades sociais. “Em parte, o destaque nas mídias das situações de trabalho que envolvem assédio moral, sexual, burnout, discriminação, bullying etc., e o consequente sofrimento das vítimas, trazem à tona a necessidade de ampliação do debate da saúde mental dos trabalhadores na sociedade. De modo bastante pragmático e em atenção à lógica capitalista, gestores se atêm a esta realidade, pois respondem pela possibilidade de geração de ônus financeiro e ao abalo da imagem das suas instituições. Sob o ponto de vista ético, qualquer situação de trabalho que cause sujeição e sofrimento é inaceitável. A adoção de políticas institucionais de atenção, prevenção e cuidado, com ênfase nos campos da saúde mental e na saúde do trabalhador, pode ser um importante passo para a constituição de ambientes onde trabalhadores sintam-se acolhidos e menos fragilizados”, diz.
Para incentivar o engajamento nesse tema, é crucial que as organizações compartilhem informações, estatísticas e histórias de sucesso relacionadas à saúde mental no trabalho. Além disso, é recomendado que sejam criados espaços de diálogo, como grupos de discussão ou palestras, onde os funcionários possam compartilhar suas experiências e receber orientação de especialistas.
Em resumo, a saúde mental no ambiente de trabalho é um assunto de extrema importância e que precisa ser abordado de maneira profissional, porém acessível. Investir em programas de bem-estar e saúde mental, além de promover uma cultura de apoio e empatia, irá garantir um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e satisfatório para todos. É hora de valorizarmos a saúde mental dos colaboradores e torná-la uma prioridade.
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